Quem sou eu ???

Seja bem-vindo ao Blog ComunicAção!!! Sou graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Braz Cubas (S.P). Conquistei a Menção Honrosa na 4° Edição do Prêmio CBN de Jornalismo Universitário (2012) http://cbn.globoradio.globo.com/premio-cbn-2012/VENCEDORES.htm. Trabalhei na Secretaria de Comunicação Social da Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos (S.P), fui repórter do jornal Cenário Notícias de Ferraz e produtora na Rádio Metropolitana AM 1070 de Mogi das Cruzes (S.P.). Também atuei como estagiária nas agências NA Comunicação e Marketing e SPIN Comunicação. As reportagens, matérias, crônicas e artigos postados foram desenvolvidos na faculdade sob a orientação dos professores. E os textos sobre política foram redigidos na Secretaria de Comunicação de Ferraz. Também estão disponibilizados nos sites: www.ferrazdevasconcelos.sp.gov.br, www.mogiano.com e www.jornaldomunicipio.com.br

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Cultura e Marighella
Por: Aline Pagliarini

Sob o olhar dos dragões chineses e uma arquitetura rústica estão crianças, jovens e adultos. Os mais formais usam ternos e gravatas, e os estilos mais despojados apostam nos tênis e chinelos. Outros compõem o look com roupas de verão, e alguns se abanam com leque ou utilizam as próprias mãos para minimizar o calor que atinge os 30°. Mas, mesmo com o ambiente abafado, as pessoas não deixam de contemplar os andares da Livraria Cultura, na Avenida Paulista.
Sobre os puffs coloridos do 1° andar, algumas pessoas leem livros. Outras desfrutam da tecnologia, com celulares, tablets e notebooks. A música ambiente é agradável e favorece um cochilo, como faz uma jovem de características orientais, deitada em um enorme puff verde.
Percorrendo pela livraria, gente até de outra nacionalidade aprecia as estantes de livros, CDs, DVDs e discos de vinil. Os que se interessam por alguma obra sentam-se nas poltronas macias, iluminadas pela luz dos abajures que ficam sobre os criados-mudos. Uma cena rouba a atenção dos leitores: um senhor de cabelos grisalhos acomoda-se no tapete de camurça, que reveste toda a livraria, e lê um livro junto com um cachorrinho branco. O animal não late, mas as pessoas que passam por perto acham engraçado o episódio. 
                                                                                  Foto: Arquivo Pessoal
Magalhães, Lucimar e estudantes de jornalismo da UBC
 
Carlos Marighella é o companheiro da noite, porém ele não veio, mas está retratado no livro do jornalista e escritor, Mário Magalhães. Após nove anos de pesquisa, ouvindo cerca de 200 fontes em que 30 morreram durante a produção da obra, Magalhães narra em mais de 700 páginas a vida frenética e surpreendente do militante comunista, Marighella. Mulato de Salvador foi fundador do maior grupo armado de oposição à ditadura militar, mas era também um homem irreverente e brincalhão.
A cor laranja que predomina na capa do livro faz referência ao título: Marighella – O guerrilheiro que incendiou o mundo. O autor reconstitui a trajetória do biografado: as passagens pela prisão, a resistência a tortura, as operações de espionagem na Guerra Fria e a emboscada do dia 04 de novembro de 1969, que ceifou a vida do guerrilheiro lutador.
Nem mesmo o calor atrapalhou as pessoas que faziam fila para o escritor autografar o livro. Eram leitores interessados na história, jornalistas, políticos, e também os estudantes de jornalismo da Universidade Braz Cubas (UBC), acompanhados pela professora Lucimar Gonçalves. Formando um semicírculo entorno de Magalhães, os alunos tiveram direito a autógrafos e fotos.
O aroma do café vindo da praça de alimentação da livraria convida para uma parada. Mesas, cadeiras estofadas e lustres decorados acomodam os clientes. Entre cafés, sucos, bolos de chocolate, e a paisagem dos prédios iluminados vistos através das janelas do estabelecimento, os estudantes debatem sobre o mundo mágico da leitura, a história de Marighella e a cultura paulista.

sábado, 8 de setembro de 2012

Atenas, cidade com história contada em monumentos
 
Por: Aline Pagliarini

Yasso, Ti kanis? Estas palavras parecem soar diferente, parecem grego? Sim. Na Grécia é a forma de cumprimentar uma pessoa dizendo, “Olá, tudo bem?”. A capital grega, Atenas é uma das cidades mais antigas do mundo e uma das mais modernas da Europa.  

A capital ganhou mais destaque na mídia quando sediou os Jogos Olímpicos de 2004. E devido ao evento, Atenas modernizou a arquitetura com o aeroporto Internacional Elefthérios Venizélos, estádios e prédios. As transformações até facilitaram a comunicação visual, pois inseriram o alfabeto ocidental nas placas de sinalização.

A cidade é um dos destinos mais visitados no mundo. É um lugar turístico para casais, famílias e amigos. Rodeada de praias e ilhas, a cidade também recebe visitantes que vem a bordo de cruzeiro pelo mar Mediterrâneo. E para aproveitar a beleza natural, no verão europeu os dias são longos e o sol aparece até às 21h.
 
                                                            DIVULGAÇÃO
Atenas, Grécia
Quem for à Grécia, não pode deixar de visitar os locais com as construções dos monumentos históricos remetendo a mitologia grega.  

Construído no século V a.C., o Parthenon é uma das maiores arquiteturas culturais do mundo. Representa a virgindade e a sabedoria da deusa grega Atena. E hoje, é um dos sítios arqueológicos mais visitados.

Outra dica é a exposição permanente do Museu da Acrópole instalado em um novo prédio e inaugurado em 2009. Composto de um conjunto de esculturas históricas encontradas em escavações. Também, não deixe de passar por Plaka, bairro antigo do centro de Atenas onde viveram pessoas séculos antes de Cristo. E o estádio Kalimarmaro, o primeiro a receber os Jogos Olímpicos da Antiguidade.

Agora já sabe, quando for visitar à Grécia e alguém perguntar: “Yasso, Ti kanis?”, responda: “Yasso, Ti kanis, Efharisto” (Olá, tudo bem, obrigado).
 

Orientações turísticas  

Moeda: Euro.
 
Fuso Horário: Dependendo da época do ano, varia de quatro a seis horas em relação ao Brasil. 
 
Serviços: Nos restaurantes e bares o serviço é incluído na conta do cliente. Porém, se for utilizar táxi os motoristas esperam que o turista deixe algum trocado. E as pessoas que ajudam a carregar as malas para o hotel, também esperam ganhar gorjeta, entre 1 a 3 euros.

domingo, 22 de julho de 2012

Ciclismo: a arte de pedalar transformada em vitórias 

Por: Aline Pagliarini
O ciclista brasileiro que conquistou o mundo e representou a nação sobre duas rodas, agora inicia uma nova etapa 



Luciano Pagliarini


Caracterizado pela força, determinação e um legado de troféus e medalhas, o paranaense Luciano André Mendonça Pagliarini fez das pedaladas vitoriosas, um dos maiores atletas na história da modalidade do país.
 
Nascido em Arapongas no dia 18 de abril de 1978, Lu, como gosta de ser chamado, desde criança sempre teve como companhia a bicicleta, mal dava os primeiros passos, mas já estava em cima de uma bicicletinha com rodinhas laterais. Assim foi por toda a infância, com a BMX e a Bicicross.  

A trajetória iniciou aos 13 anos na cidade de Londrina, quando seu pai ganhou uma Mountain Bike em um sorteio. Foi com essa bicicleta que começou a participar de competições regionais, conquistando o campeonato paranaense.
 
Com a bike de estrada estilo Caloi 10 criou asas e decolou no cenário estadual, nacional e internacional do ciclismo. Em Londrina, venceu os Jogos da Juventude de 1994 e 1995, seguindo com medalhas de ouro nos Jogos Abertos de 1996, 1997 e 1998. Foram 15 títulos brasileiros, mais de 180 vitórias pelos quatro cantos do mundo e participação nas Olimpíadas de Atenas e Pequim.  
 
Europa

Em 1999, após se tornar nove vezes campeão brasileiro e acumular títulos nas mais prestigiosas provas do ranking nacional, Pagliarini é contratado para competir na Itália pela equipe Elite Pro em que obteve mais de 30 vitórias na categoria máxima do ciclismo profissional mundial.  

A trajetória no país não foi nada fácil, sentia muita falta da família e do Brasil. O atleta ao recordar-se desses momentos declara, “as pessoas eram muito frias, os dias demoravam uma eternidade para passar, foram três longos e difíceis meses assim”. Além da saudade, uma das maiores dificuldades que enfrentou foi aprender a falar o idioma. O ciclista relata que quando via uma placa na vitrine de uma loja procurava o significado no dicionário e quando ouvia as pessoas conversando tentava traduzir o pouco que sabia, pois tinha feito um curso básico de italiano no Brasil.

                                                        Circuito Del Porto - Itália, 2000
 
Mas, a força de vontade e a determinação deram impulso para fazer valer a pena tanto sacrifício e vencer dia após dia a luta da solidão. Com algumas semanas mais concentrado os resultados começaram a surgir, ganhou a primeira competição.

Pagliarini começou a fazer parte daquele ambiente, a conquistar literalmente o espaço. Era um estranho no ninho que precisou provar o seu valor para ser reconhecido. Foi assim que residindo 12 anos na Itália, ganhou o respeito dos companheiros e do ciclismo internacional, a confiança e a credibilidade das pessoas. 

                                                       Volta da Murcia - Espanha, 2004 
 
Em 2004, representou o Brasil nas Olimpíadas de Atenas porém, com ritmo forte de prova e um pouco de azar abandonou a competição. Na subida do circuito, no 115° quilômetro a roda traseira furou. O carro de apoio demorou 40 preciosismos segundos para trocar o pneu, tempo que fez com que o atleta ficasse muito atrás do pelotão principal obrigando a deixar a prova. 

Renascimento

Como a ave fênix da mitologia grega, o ciclista renasce das cinzas após as Olimpíadas de Atenas. Em 2007, o paranaense representou as cores verde e amarela nos Jogos Pan- Americanos, no Rio de Janeiro, conquistando a medalha de bronze na categoria do ciclismo de estrada. Fechando os olhos, franzindo a testa, as sobrancelhas e o nariz, cravou com força os dentes na medalha manifestando a alegria e a satisfação de um lugar no pódio. E no mesmo ano foi o primeiro brasileiro a conquistar uma vitória no prestigioso Pro Tour, a Fórmula 1 do ciclismo mundial. Além de ganhar duas importantes provas em terras americanas, uma etapa no Tour de Missouri e no início de 2008, a sexta etapa da Volta da Califórnia.

                                               Volta da Califórnia - Estados Unidos, 2008

A força dos dragões chineses fez o atleta compensar a má sorte dos deuses gregos quando foi convocado para integrar na seleção brasileira nas Olimpíadas de Pequim. Porém, dois dias antes da prova sofreu de uma crise nos rins. Diagnosticado com um cálculo renal alojado no canal da uretra, os médicos aconselharam deixar a competição. Mas, com a destemida garra de um brasileiro que não desiste nunca, Pagliarini assinou os documentos assumindo a responsabilidade de todos os riscos e decidiu competir sem ao menos conseguir sentar direito no selim da bicicleta.
 
A prova tinha 270 km, da linha de partida saíram 360 competidores de vários lugares do mundo. Ao relembrar-se daquele instante o ciclista relata, “mesmo naquelas condições eu achava certo de minha parte pelo menos tentar, já que estava ali representando milhões de brasileiros, isso era um compromisso com o meu país”.

Pequim - China, 2008 
  
Durante o trajeto as imagens da imprensa registraram o semblante do atleta que expressava o esforço e a coragem pela pátria amada Brasil. Com fortes dores arrancou um pedaço do assento da bicicleta para aliviar o contato com a região dolorida. Todo o sofrimento foi recompensado quando cruzou a linha de chegada. Um batalhão de câmeras e repórteres da imprensa do mundo todo aguardava o brasileiro que tinha partido com uma crise renal, cravou a marca de 7h20m de prova e completou o percurso em 90° lugar.
                                 
Grande competição que foi reconhecida mundialmente como verdadeiro espírito olímpico. Ao lembrar-se daquela cena Pagliarini endossa, “tenho muito orgulho de poder dizer que aquele atleta era eu”.

Grandes conquistas

São 18 anos de carreira representando equipes nacionais e internacionais, duas olimpíadas na bagagem e dezenas vitórias conquistadas ao redor do mundo. O ciclista venceu em quase todos os países onde competiu obtendo resultados expressivos: 10 vezes campeão paranaense e 15 vezes campeão brasileiro.

1997 e 1998
Campeão da Volta do Uruguai
Campeão da Volta do Chile

2001
Campeão da Volta da Malásia

2002
Campeão da Volta da Malásia
Campeão da Volta da Espanha

2003
Campeão da Volta da Malásia
Campeão da Volta da Espanha

2004
Campeão da Volta da Murcia (Espanha)
Campeão da Volta do Qatar (Arábia)
Participação nas Olimpíadas de Atenas (Grécia)

2005
Participação na Volta da França
Participação no Giro D`Itália

2006
Campeão do Desafio 24h de Fortaleza
Participação na Volta da França

2007
Bronze nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro
Campeão do Pro Tour da Holanda


Em uma das principais provas do planeta, o circuito Pro Tour da Holanda venceu a quinta etapa. A filha Aurora tinha nascido há 12 dias e o ciclista havia ficado com ela apenas algumas horas, pois viajou para o campeonato. A vitória foi dedicada à garotinha na frente das câmeras do mundo inteiro com um gesto marcante de como se estivesse fazendo um bebê ninar.

2008
Campeão da 6° etapa da Volta da Califórnia (Estados Unidos)  
Participação nas Olimpíadas de Pequim (China)
 
Novos desafios 

Como um alpinista que alcançou o topo do Monte Everest o atleta volta ao Brasil encerrando a carreira, porém, é o começo de uma nova etapa. Aos 33 anos, o paranaense que construiu a vida sobre duas rodas e conquistou competições grandiosas, agora encara novos desafios dedicando-se a projetos sociais com os jovens apaixonados pelo ciclismo. Descendo as montanhas de neve e contando às dificuldades que passou na escalada. As tempestades e avalanches que enfrentou até chegar ao topo e ser reconhecido mundialmente como um dos maiores atletas da modalidade no Brasil.
 
Sustentando a frase que move sua vida: “Um dia você ganha e no outro você perde”, o ciclista realiza palestras relatando sua história de vitórias e superações. Encarou várias derrotas como algo construtivo e com elas aprendeu a melhorar sempre.

11° Training Bike Salvador - Bahia, 2010

Em parceria com a Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC), o atleta percorre várias cidades dando palestras para o Training Bike, um projeto que leva informações técnicas do universo do ciclismo profissional, aproximando e incrementando a modalidade ao público amante pela bicicleta. Além disso, os participantes recebem um diploma com reconhecimento da carga horária assinado pelo presidente da CBC, José Luiz Vasconcellos e por Luciano Pagliarini.
 
Dando oportunidade aos jovens ciclistas brasileiros, o projeto Revelando Talentos leva os ingressantes a competir em equipes europeias. Já conta com três atletas revelação defendendo as maiores equipes diletantes italianas e com grande possibilidade de uma carreira profissional.

Em setembro de 2010, foi nomeado Embaixador das Olimpíadas Escolares de Fortaleza. Realizou palestras para os jovens contando a experiência ao longo da carreira e motivando-os à prática do esporte. Na cerimônia de premiação entregou as medalhas aos campeões da prova do ciclismo que contou com cerca de 100 participantes entre 12 a 14 anos.     

Bate Bola 
O esporte?
Ensinou-me muito.

O ciclismo?
Deu-me tudo que tenho.

A carreira?
Dia a dia! Uma batalha após a outra.

A família?
O pilar de sustentação.

Um sonho?
Ter saúde para viver.

As vitórias?
Existem para serem conquistadas.

As perdas?
Fazem parte de tudo o que vivemos nesta vida.

A profissão?
Uma oportunidade que a vida nos dá.

O esporte no desenvolvimento cultural dos jovens?
Contribui na formação social e é preciso muita dedicação para se obter resultados.  
O jovem que dedica a vida ao esporte?
Grandes coisas virão.

Quem é Luciano André Mendonça Pagliarini?
Uma pessoa como as outras que acreditou em suas capacidades e acredita até hoje.


Observação: A reportagem foi adaptada para ser publicada no livro Promessa de Ouro – Os esportes no Alto Tietê e o sonho da conquista. Projeto desenvolvido em 2011 pelos alunos de Comunicação Institucional e Jornalismo da Universidade Braz Cubas. O lançamento foi no II Fórum Estratégias de Sucesso - Marketing Esportivo com a participação do jornalista Milton Neves.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Impresso e jornalismo prostituto

Por: Aline Pagliarini

A correria diária das redações e a cobrança dos editores para fechar o jornal, enviar para a diagramação e chegar às mãos dos leitores no dia seguinte, faz com que os jornalistas deixem de abordar o fato com a dimensão humana, no intuito de suscitar o interesse e a atenção do público.
Não utilizam o gênero literário que está quase extinto no impresso e usam modalidades informativas e interpretativas. Deixam de lado detalhes que contribuem na essência da notícia: não observam ambientes, cores, cheiros e expressões faciais dos entrevistados, simplesmente reproduzem o mesmo que as outras mídias, e em algumas situações nem vão a campo para constatar o fato pessoalmente, decidem fazer a entrevista por telefone ou e-mail.
Ocorre que para cumprir todas as pautas do dia, falta tempo para uma apuração mais minuciosa e isso acaba deixando a matéria superficial, transferindo para os textos as mesmas informações que os outros veículos já deram. Além disso, as mídias eletrônicas conseguem informar primeiro que o impresso, que infelizmente só chegam às bancas na manhã do outro dia.
Em contrapartida, recém-formados em jornalismo quando entram no mercado querem colocar em prática o que aprenderam durante o curso, porém são emplacados pela linha editorial em saber que a imprensa é uma empresa e precisa de subsídio financeiro para se manter, muitas vezes custeada por poderes políticos. E também, pela pressão dos editores que deixam as matérias padronizadas e cobram dos repórteres o que o veículo pede: ouvir o maior número de fontes de informação.
Quando consultamos uma fonte de informação as declarações podem ser limitadas, como no caso de lideranças políticas ou pessoas com alguma influência na sociedade que são orientadas pelos assessores a falarem somente o necessário. Assim, utilizamos recursos como: De acordo com..., Segundo ele..., será que essas declarações merecem ser publicadas nos órgãos de imprensa?    
Acontece que para entregaram as matérias com o limite de toques exigidos, o jornalista após redigir o lide e responde-lo faz uso das informações adicionais, abrindo aspas e colocando a fala de alguém citado na matéria. Resta saber se o público leitor dará importância a estas frases pré-montadas.
No entanto, o jornalista lida com um dos bens mais importante da sociedade contemporânea, a informação. As pessoas não querem saber o que aconteceu, mas por que aconteceu. Querem que os jornais sejam uma caixa de surpresa, ao abri-lo se deparem com exposições inéditas que mexam com o interesse público, o que até alterem o modo de pensar.
Porém, a realidade é outra, os jornais chegam às bancas pela manhã e viram um simples pedaço de papel no final da tarde. Quando falta espaço para completar a diagramação, apelam em aumentar o tamanho das fotos, colocam mais anúncios publicitários ou inserem notas. Quando a circulação diminui, recorrem ao departamento de marketing para que crie ações de comunicação, agregando à venda do impresso a alguma promoção.
O alemão Johannes Gutenberg ficaria feliz em saber que a prensa móvel resultou em uma mídia de comunicação de massa, porém ficaria frustrado em ver que sua invenção virou um comércio de textos pautados conforme a ideologia do veículo.

domingo, 3 de junho de 2012

Língua mãe quer unir filhos 

Por: Aline Pagliarini

Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa unifica oito nações que falam o idioma 

Consequência sem trema, autoescola perdeu o hífen e assembleia aboliu o acento agudo. As pessoas estão economizando na escrita ou a teoria que o mundo vai acabar em 2012 já começou matando as palavras? Não, ocorre que no dia 1° de janeiro deste ano entrou em vigor o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, o qual estabelece mudanças de algumas palavras.

O português não é apenas a língua mãe do Brasil, ela também carrega no colo mais sete filhos: Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e o nosso pai, Portugal. O objetivo de unir esta família é acabar com as diferenças existentes e facilitar o intercâmbio de informações e textos, entre os irmãos.

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Já faz mais de 30 anos que a Academia Brasileira de Letras e a Academia de Ciências de Lisboa tentam juntar a família, porém, só agora é que foi registrada a certidão de nascimento de cada filho. Em 29 de setembro de 2009, o ex-presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva lavrou nossa certidão. De acordo com o decreto, entre 2010 e 2012 é o período de transição, em que tanto a ortografia antiga quanto a nova estarão sendo aceitas em vestibulares, concursos públicos e órgãos de imprensa.

A princípio pode parecer que é uma mudança muito grande, mas apenas 0,5% das palavras terão alterações na grafia. Entretanto, teremos até 31 de dezembro deste ano para nos juntar aos nossos irmãos.

Outras reformas 

Essa não é a primeira vez que a mãe tenta unificar seus filhos. Em 1911, o português sofreu uma reforma ortográfica encabeçada por Portugal que alterou a maneira de se escrever palavras como, farmácia (que antes se escrevia pharmarcia, com ph) e cristalino (que era grafado christallino, com ch e ll).

No Brasil, a última grande reforma do idioma ocorreu em 1971. Visando aproximar os irmãos portugueses e brasileiros, foram supridos os acentos gráficos responsáveis por 70% das divergências entre duas ortografias oficiais. A mudança aboliu o acento circunflexo das palavras acôrdo, govêrno e flôr, por exemplo.  

Opinião de educador 

Para a professora de Língua Portuguesa, Flávia Antonia Siqueira Silva, que há seis anos trabalha na área da educação e atualmente leciona em uma instituição da Rede Pública Estadual de Ensino na cidade de Ferraz de Vasconcelos (S.P), a mudança da nova ortografia foi extremamente desnecessária, pois não facilita na escrita. “Um exemplo disso é o uso dos porquês, as dúvidas continuam, as pessoas se habituam a escrever de uma só maneira, mesmo estando errado”, apontou.
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Segundo Flávia, mesmo com os novos livros didáticos vindo com as mudanças ortográficas, será um desafio para os professores fazer os alunos alfabetizados reaprender a escrever o idioma, principalmente quando, “o governo, ressaltou a professora, está fornecendo apenas um guia on-line para ser trabalhado em sala de aula”. 

A compreensão das mudanças da língua mãe causa muitas dificuldades nos filhos. Flávia explica que guias e manuais são excelentes ferramentas para aprender as novas normas ortográficas. Ela salientou que o educador deve incentivar os estudantes a prática da leitura. “Ler muito, além de ampliar o repertório do aluno, faz com que ele escreva e fale melhor".
A guerra do transporte público

Por: Aline Pagliarini

São Paulo é o estado que tem maior fluxo de transporte coletivo do país. Milhares de pessoas todos os dias enfrentam trens, metrôs e ônibus. São pais de famílias que por meio do trabalho buscam o sustento dos filhos.  

O brasileiro João Gomes da Silva, 38 anos, é um personagem fictício no meio desta realidade, morador da cidade de Poá, casado, pai de dois filhos e a esposa está grávida do terceiro. Trabalha de auxiliar de produção de segunda a sábado em uma empresa próximo ao metrô Liberdade. Ele embarca no trem das 6h na estação de Poá, com os equipamentos preparados para enfrentar a batalha diária, na mochila preta carrega a marmita com o almoço, a blusa de moletom, o guarda-chuva e objetos de higiene pessoal. 

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Tentando se equilibrar nos vagões de combate começa o empurra, empurra, escuta alguns soldados na zona de risco explanando palavrões e outros fecham os olhos para recuperar o sono perdido na madrugada. Assim, Seu João segue viagem até a estação Guaianazes para transferência de linha, agora outro episódio de guerra, a disputa por lugar para ir sentado até a estação da Luz.

Os barulhos dos sapatos indicam a correria para entrar no outro trem. Outra vez o empurra, empurra, junto com o aperto. Segundo a lei de Newton: dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço, mas no transporte público de São Paulo essa lei não existe, pois cerca de quatro pessoas ocupam um metro quadrado dentro de um vagão de trem.   

O aperto é constante como se fossem sardinhas enlatadas, um apoia no outro, são braços nas costas, cotovelos na barriga, as pessoas ficam tão próximas uma das outras que João chega a ficar quase 40 minutos sentido a respiração do outro passageiro em seus cabelos. 

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Enfim, estação Luz, os combatentes fazem transferência para o metrô, começa uma nova batalha, a aglomeração para aguardar o metrô na plataforma. Passa um e Seu João não consegue entrar, passa outro, nem próximo da porta ele chega, finalmente no terceiro ele consegue embarcar, junto dele as armaduras dos soldados caracterizadas pelas bolsas e mochilas que se apertam no meio da multidão. Se equilibra no aperto, após alguns minutos o trabalhador finalmente chega à estação Liberdade, está parcialmente “liberto”, ainda falta à volta.

O trabalhador chega à empresa no horário, ainda bem que não está chovendo, pois quando isto acontece o transporte metropolitano fica lento e chegar ao serviço sem atraso, é luxo. Está próximo das 17h, zona de combate aglomerada, um exército de trabalhadores segue de volta para casa. Seu João embarca no metrô, faz transferência para trem e chega à estação Brás, um dos maiores centros de compras de São Paulo, mas agora um novo elemento faz parte da viagem, mulheres com pacotes gigantes repleto de mercadorias para estocar e vender em seus comércios. Mais uma vez algo que não funciona no transporte metropolitano, a bela voz que anuncia “proibido carregar volumes que possam causar transtorno aos usuários”.   
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Passado mais de 30 minutos, o trabalhador faz transferência para o trem sentido Guaianazes, não consegue embarcar no primeiro então espera o próximo. Vê jovens e homens sentados nos assentos preferenciais, olha para a esquerda, vê uma gestante em pé e ninguém se manifesta para dar o lugar. Ele se lembra da esposa grávida de cinco meses que poderia estar passando pela mesma situação. Assim, segue viagem tendo que suportar o odor de suor dos passageiros característico do dia de trabalho.

Chega em Guaianazes, mas falta mais uma etapa, embarcar no trem sentido Estudante. Finalmente, João desembarca ao destino final, estação Poá, caminha até sua casa, já são quase 19h, chega dá um beijo na esposa e nos filhos toma banho, vai jantar, assiste um pouco de TV e vai dormir para no outro dia enfrentar tudo de novo, com um detalhe, completar o trajeto ida e volta de pé. É a realidade do trabalhador brasileiro registrado com cerca de dois salários mínimos, trabalha muito e descansa pouco.
 
Estamos em ano eleitoral, os candidatos começam a fazer campanhas, promessas, discursos, passam quatro anos no poder e pouco faz pelas politicas públicas do país. O transporte público está um caos, são poucos veículos para comportar o grande número de passageiros. Em 2014, o Brasil será sede do maior evento esportivo, a Copa do Mundo e receberá vários estrangeiros. Será que até lá teremos transporte coletivo adequado para os brasileiros e os visitantes? Ou o país ficará com a má fama aos olhos das outras nações? Depende de quem a sociedade colocará no poder para que os líderes políticos escolhidos trabalhem em favor do povo.
Preparando as águas do futuro 

Por: Aline Pagliarini 

ONG Bio-Bras de Mogi das Cruzes lança nas escolas projeto Gestão das Águas do Futuro

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Nadja Soares de Moraes, bióloga e presidente da ONG Bio-Bras 

Será que as gerações futuras terão água limpa para beber e suprir as necessidades básicas do dia a dia como, tomar banho, cozinhar e lavar roupa? Pesquisas apontam que daqui a duas décadas os recursos hídricos vão fazer falta para alguns lugares do planeta. A situação é preocupante, por isso ambientalista estão criando programas de preservação das fontes naturais. É o caso da bióloga e presidente da ONG Bio-Bras de Mogi das Cruzes, Nadja Soares de Moraes que está implantando o projeto Gestão das Águas do Futuro.

A iniciativa envolve 23 escolas municipais, estaduais e particulares da cidade, em que 120 professores foram capacitados para ensinar aos alunos como funciona a distribuição dos recursos hídricos para a população do Alto Tietê. O projeto vai formar até dezembro deste ano os comitês mirins e jovens de bacias hidrográficas, que tem como objetivo aplicar a metodologia do gerenciamento das águas no município. A proposta é que nos próximos anos o programa seja reaplicado em outras bacias e em outros estados do Brasil.

Segundo Nadja, o gerenciamento na forma de comitê das águas de São Paulo completou 20 anos, em que o Estado, as Prefeituras e a Sociedade Civil administram os recursos. O modelo está sendo reaplicado em outras regiões do país, praticamente todos os estados possuem comitês. “Hoje a gestão não é mais uma divisão política de municípios e sim de bacias hidrográficas”, concluiu.

A função do comitê é administrar a barragem e o abastecimento nas regiões. A bióloga salienta que o valor pago pelo uso da água em usinas hidrelétricas e indústrias é depositado no fundo de recursos hídricos e o comitê decide como deve ser utilizado o valor arrecadado.

Projeto Renove 

Com 65 sócios e afiliados, uma equipe de 22 funcionários, voluntários e estagiários a Bio- Bras também desenvolve desde 2008 o projeto Renove, que tem como missão evitar o descarte de óleo vegetal no rio Tietê. O programa recolhe mensalmente 30 mil litros de óleo e já conseguiu minimizar 20% da poluição.

De acordo com Nadja, a Bio-Bras instalou mais de 150 postos de coleta em lugares públicos na região do Alto Tietê. A dona de casa e os proprietários de comércios do segmento alimentício depositam em vasilhames com tampa o óleo utilizado. A ONG recolhe o material e reaproveita na forma de não poluir a água. “Usamos na produção de tintas, vernizes, óleos desmoldantes, lubrificantes e biodiesel”, ressaltou.  

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Historicamente o óleo vegetal pode ser reaproveitado para fazer sabão caseiro. A ambientalista explica que isto acaba voltando para o rio com uma contaminação ainda maior e, que nem a estação de tratamento consegue limpar a água. O projeto mudou o hábito de mais de 12 mil residências, que aprenderam a separar e destinar corretamente o óleo.  

O sucesso do Renove recebeu prêmios e parceiros importantes como, a Sabesp, o Comitê e o Subcomitê de Bacias Hidrográficas do Alto Tietê Cabeceiras e o apoio do Programa Petrobras Ambiental, premiado na edição de 2010.  

Código Florestal
 
A polêmica dos deputados modificarem a parte do texto do Código Florestal que trata do uso e da recuperação nas Áreas de Preservação Permanente (APP) está provocando manifestações de ambientalista, que em menor número e com pouca credibilidade querem chamar a atenção para as questões ambientais. Entretanto, a decisão só cabe ao poder e as vozes politicas regem o país.

Para Nadja, é um retrocesso que vem passando pelos departamentos e beneficiando somente os grandes latifundiários e as multinacionais. “São eles que bancam as transformações e os políticos que votam nas mudanças. Não se pode abrir mão das áreas de preservação permanente, as catástrofes, o grande volume das chuvas e secas estão acontecendo, o efeito ambiental é mais prejudicial e custa mais caro para o governo do que preservar o meio ambiente”, afirmou.

Remodelar o Código Florestal levanta a bandeira de que como os pequenos latifundiários e a agricultura familiar vão se beneficiar? A bióloga disse que a última instância será o veto da Presidenta Dilma Rousseff, pois quem está ganhando é o poder econômico. “Não se fala em desenvolvimento sustentável, a não ser que a sustentabilidade for econômica e não para a população”, ressaltou. Ela concluiu dizendo que o governo vai aprovar uma lei que abre brechas para que os empresários se beneficiem, por outro lado, vai isentar todos que até 2008 cometeram crimes ambientais.