Quem sou eu ???

Seja bem-vindo ao Blog ComunicAção!!! Sou graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Braz Cubas (S.P). Conquistei a Menção Honrosa na 4° Edição do Prêmio CBN de Jornalismo Universitário (2012) http://cbn.globoradio.globo.com/premio-cbn-2012/VENCEDORES.htm. Trabalhei na Secretaria de Comunicação Social da Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos (S.P), fui repórter do jornal Cenário Notícias de Ferraz e produtora na Rádio Metropolitana AM 1070 de Mogi das Cruzes (S.P.). Também atuei como estagiária nas agências NA Comunicação e Marketing e SPIN Comunicação. As reportagens, matérias, crônicas e artigos postados foram desenvolvidos na faculdade sob a orientação dos professores. E os textos sobre política foram redigidos na Secretaria de Comunicação de Ferraz. Também estão disponibilizados nos sites: www.ferrazdevasconcelos.sp.gov.br, www.mogiano.com e www.jornaldomunicipio.com.br

domingo, 22 de julho de 2012

Ciclismo: a arte de pedalar transformada em vitórias 

Por: Aline Pagliarini
O ciclista brasileiro que conquistou o mundo e representou a nação sobre duas rodas, agora inicia uma nova etapa 



Luciano Pagliarini


Caracterizado pela força, determinação e um legado de troféus e medalhas, o paranaense Luciano André Mendonça Pagliarini fez das pedaladas vitoriosas, um dos maiores atletas na história da modalidade do país.
 
Nascido em Arapongas no dia 18 de abril de 1978, Lu, como gosta de ser chamado, desde criança sempre teve como companhia a bicicleta, mal dava os primeiros passos, mas já estava em cima de uma bicicletinha com rodinhas laterais. Assim foi por toda a infância, com a BMX e a Bicicross.  

A trajetória iniciou aos 13 anos na cidade de Londrina, quando seu pai ganhou uma Mountain Bike em um sorteio. Foi com essa bicicleta que começou a participar de competições regionais, conquistando o campeonato paranaense.
 
Com a bike de estrada estilo Caloi 10 criou asas e decolou no cenário estadual, nacional e internacional do ciclismo. Em Londrina, venceu os Jogos da Juventude de 1994 e 1995, seguindo com medalhas de ouro nos Jogos Abertos de 1996, 1997 e 1998. Foram 15 títulos brasileiros, mais de 180 vitórias pelos quatro cantos do mundo e participação nas Olimpíadas de Atenas e Pequim.  
 
Europa

Em 1999, após se tornar nove vezes campeão brasileiro e acumular títulos nas mais prestigiosas provas do ranking nacional, Pagliarini é contratado para competir na Itália pela equipe Elite Pro em que obteve mais de 30 vitórias na categoria máxima do ciclismo profissional mundial.  

A trajetória no país não foi nada fácil, sentia muita falta da família e do Brasil. O atleta ao recordar-se desses momentos declara, “as pessoas eram muito frias, os dias demoravam uma eternidade para passar, foram três longos e difíceis meses assim”. Além da saudade, uma das maiores dificuldades que enfrentou foi aprender a falar o idioma. O ciclista relata que quando via uma placa na vitrine de uma loja procurava o significado no dicionário e quando ouvia as pessoas conversando tentava traduzir o pouco que sabia, pois tinha feito um curso básico de italiano no Brasil.

                                                        Circuito Del Porto - Itália, 2000
 
Mas, a força de vontade e a determinação deram impulso para fazer valer a pena tanto sacrifício e vencer dia após dia a luta da solidão. Com algumas semanas mais concentrado os resultados começaram a surgir, ganhou a primeira competição.

Pagliarini começou a fazer parte daquele ambiente, a conquistar literalmente o espaço. Era um estranho no ninho que precisou provar o seu valor para ser reconhecido. Foi assim que residindo 12 anos na Itália, ganhou o respeito dos companheiros e do ciclismo internacional, a confiança e a credibilidade das pessoas. 

                                                       Volta da Murcia - Espanha, 2004 
 
Em 2004, representou o Brasil nas Olimpíadas de Atenas porém, com ritmo forte de prova e um pouco de azar abandonou a competição. Na subida do circuito, no 115° quilômetro a roda traseira furou. O carro de apoio demorou 40 preciosismos segundos para trocar o pneu, tempo que fez com que o atleta ficasse muito atrás do pelotão principal obrigando a deixar a prova. 

Renascimento

Como a ave fênix da mitologia grega, o ciclista renasce das cinzas após as Olimpíadas de Atenas. Em 2007, o paranaense representou as cores verde e amarela nos Jogos Pan- Americanos, no Rio de Janeiro, conquistando a medalha de bronze na categoria do ciclismo de estrada. Fechando os olhos, franzindo a testa, as sobrancelhas e o nariz, cravou com força os dentes na medalha manifestando a alegria e a satisfação de um lugar no pódio. E no mesmo ano foi o primeiro brasileiro a conquistar uma vitória no prestigioso Pro Tour, a Fórmula 1 do ciclismo mundial. Além de ganhar duas importantes provas em terras americanas, uma etapa no Tour de Missouri e no início de 2008, a sexta etapa da Volta da Califórnia.

                                               Volta da Califórnia - Estados Unidos, 2008

A força dos dragões chineses fez o atleta compensar a má sorte dos deuses gregos quando foi convocado para integrar na seleção brasileira nas Olimpíadas de Pequim. Porém, dois dias antes da prova sofreu de uma crise nos rins. Diagnosticado com um cálculo renal alojado no canal da uretra, os médicos aconselharam deixar a competição. Mas, com a destemida garra de um brasileiro que não desiste nunca, Pagliarini assinou os documentos assumindo a responsabilidade de todos os riscos e decidiu competir sem ao menos conseguir sentar direito no selim da bicicleta.
 
A prova tinha 270 km, da linha de partida saíram 360 competidores de vários lugares do mundo. Ao relembrar-se daquele instante o ciclista relata, “mesmo naquelas condições eu achava certo de minha parte pelo menos tentar, já que estava ali representando milhões de brasileiros, isso era um compromisso com o meu país”.

Pequim - China, 2008 
  
Durante o trajeto as imagens da imprensa registraram o semblante do atleta que expressava o esforço e a coragem pela pátria amada Brasil. Com fortes dores arrancou um pedaço do assento da bicicleta para aliviar o contato com a região dolorida. Todo o sofrimento foi recompensado quando cruzou a linha de chegada. Um batalhão de câmeras e repórteres da imprensa do mundo todo aguardava o brasileiro que tinha partido com uma crise renal, cravou a marca de 7h20m de prova e completou o percurso em 90° lugar.
                                 
Grande competição que foi reconhecida mundialmente como verdadeiro espírito olímpico. Ao lembrar-se daquela cena Pagliarini endossa, “tenho muito orgulho de poder dizer que aquele atleta era eu”.

Grandes conquistas

São 18 anos de carreira representando equipes nacionais e internacionais, duas olimpíadas na bagagem e dezenas vitórias conquistadas ao redor do mundo. O ciclista venceu em quase todos os países onde competiu obtendo resultados expressivos: 10 vezes campeão paranaense e 15 vezes campeão brasileiro.

1997 e 1998
Campeão da Volta do Uruguai
Campeão da Volta do Chile

2001
Campeão da Volta da Malásia

2002
Campeão da Volta da Malásia
Campeão da Volta da Espanha

2003
Campeão da Volta da Malásia
Campeão da Volta da Espanha

2004
Campeão da Volta da Murcia (Espanha)
Campeão da Volta do Qatar (Arábia)
Participação nas Olimpíadas de Atenas (Grécia)

2005
Participação na Volta da França
Participação no Giro D`Itália

2006
Campeão do Desafio 24h de Fortaleza
Participação na Volta da França

2007
Bronze nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro
Campeão do Pro Tour da Holanda


Em uma das principais provas do planeta, o circuito Pro Tour da Holanda venceu a quinta etapa. A filha Aurora tinha nascido há 12 dias e o ciclista havia ficado com ela apenas algumas horas, pois viajou para o campeonato. A vitória foi dedicada à garotinha na frente das câmeras do mundo inteiro com um gesto marcante de como se estivesse fazendo um bebê ninar.

2008
Campeão da 6° etapa da Volta da Califórnia (Estados Unidos)  
Participação nas Olimpíadas de Pequim (China)
 
Novos desafios 

Como um alpinista que alcançou o topo do Monte Everest o atleta volta ao Brasil encerrando a carreira, porém, é o começo de uma nova etapa. Aos 33 anos, o paranaense que construiu a vida sobre duas rodas e conquistou competições grandiosas, agora encara novos desafios dedicando-se a projetos sociais com os jovens apaixonados pelo ciclismo. Descendo as montanhas de neve e contando às dificuldades que passou na escalada. As tempestades e avalanches que enfrentou até chegar ao topo e ser reconhecido mundialmente como um dos maiores atletas da modalidade no Brasil.
 
Sustentando a frase que move sua vida: “Um dia você ganha e no outro você perde”, o ciclista realiza palestras relatando sua história de vitórias e superações. Encarou várias derrotas como algo construtivo e com elas aprendeu a melhorar sempre.

11° Training Bike Salvador - Bahia, 2010

Em parceria com a Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC), o atleta percorre várias cidades dando palestras para o Training Bike, um projeto que leva informações técnicas do universo do ciclismo profissional, aproximando e incrementando a modalidade ao público amante pela bicicleta. Além disso, os participantes recebem um diploma com reconhecimento da carga horária assinado pelo presidente da CBC, José Luiz Vasconcellos e por Luciano Pagliarini.
 
Dando oportunidade aos jovens ciclistas brasileiros, o projeto Revelando Talentos leva os ingressantes a competir em equipes europeias. Já conta com três atletas revelação defendendo as maiores equipes diletantes italianas e com grande possibilidade de uma carreira profissional.

Em setembro de 2010, foi nomeado Embaixador das Olimpíadas Escolares de Fortaleza. Realizou palestras para os jovens contando a experiência ao longo da carreira e motivando-os à prática do esporte. Na cerimônia de premiação entregou as medalhas aos campeões da prova do ciclismo que contou com cerca de 100 participantes entre 12 a 14 anos.     

Bate Bola 
O esporte?
Ensinou-me muito.

O ciclismo?
Deu-me tudo que tenho.

A carreira?
Dia a dia! Uma batalha após a outra.

A família?
O pilar de sustentação.

Um sonho?
Ter saúde para viver.

As vitórias?
Existem para serem conquistadas.

As perdas?
Fazem parte de tudo o que vivemos nesta vida.

A profissão?
Uma oportunidade que a vida nos dá.

O esporte no desenvolvimento cultural dos jovens?
Contribui na formação social e é preciso muita dedicação para se obter resultados.  
O jovem que dedica a vida ao esporte?
Grandes coisas virão.

Quem é Luciano André Mendonça Pagliarini?
Uma pessoa como as outras que acreditou em suas capacidades e acredita até hoje.


Observação: A reportagem foi adaptada para ser publicada no livro Promessa de Ouro – Os esportes no Alto Tietê e o sonho da conquista. Projeto desenvolvido em 2011 pelos alunos de Comunicação Institucional e Jornalismo da Universidade Braz Cubas. O lançamento foi no II Fórum Estratégias de Sucesso - Marketing Esportivo com a participação do jornalista Milton Neves.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Impresso e jornalismo prostituto

Por: Aline Pagliarini

A correria diária das redações e a cobrança dos editores para fechar o jornal, enviar para a diagramação e chegar às mãos dos leitores no dia seguinte, faz com que os jornalistas deixem de abordar o fato com a dimensão humana, no intuito de suscitar o interesse e a atenção do público.
Não utilizam o gênero literário que está quase extinto no impresso e usam modalidades informativas e interpretativas. Deixam de lado detalhes que contribuem na essência da notícia: não observam ambientes, cores, cheiros e expressões faciais dos entrevistados, simplesmente reproduzem o mesmo que as outras mídias, e em algumas situações nem vão a campo para constatar o fato pessoalmente, decidem fazer a entrevista por telefone ou e-mail.
Ocorre que para cumprir todas as pautas do dia, falta tempo para uma apuração mais minuciosa e isso acaba deixando a matéria superficial, transferindo para os textos as mesmas informações que os outros veículos já deram. Além disso, as mídias eletrônicas conseguem informar primeiro que o impresso, que infelizmente só chegam às bancas na manhã do outro dia.
Em contrapartida, recém-formados em jornalismo quando entram no mercado querem colocar em prática o que aprenderam durante o curso, porém são emplacados pela linha editorial em saber que a imprensa é uma empresa e precisa de subsídio financeiro para se manter, muitas vezes custeada por poderes políticos. E também, pela pressão dos editores que deixam as matérias padronizadas e cobram dos repórteres o que o veículo pede: ouvir o maior número de fontes de informação.
Quando consultamos uma fonte de informação as declarações podem ser limitadas, como no caso de lideranças políticas ou pessoas com alguma influência na sociedade que são orientadas pelos assessores a falarem somente o necessário. Assim, utilizamos recursos como: De acordo com..., Segundo ele..., será que essas declarações merecem ser publicadas nos órgãos de imprensa?    
Acontece que para entregaram as matérias com o limite de toques exigidos, o jornalista após redigir o lide e responde-lo faz uso das informações adicionais, abrindo aspas e colocando a fala de alguém citado na matéria. Resta saber se o público leitor dará importância a estas frases pré-montadas.
No entanto, o jornalista lida com um dos bens mais importante da sociedade contemporânea, a informação. As pessoas não querem saber o que aconteceu, mas por que aconteceu. Querem que os jornais sejam uma caixa de surpresa, ao abri-lo se deparem com exposições inéditas que mexam com o interesse público, o que até alterem o modo de pensar.
Porém, a realidade é outra, os jornais chegam às bancas pela manhã e viram um simples pedaço de papel no final da tarde. Quando falta espaço para completar a diagramação, apelam em aumentar o tamanho das fotos, colocam mais anúncios publicitários ou inserem notas. Quando a circulação diminui, recorrem ao departamento de marketing para que crie ações de comunicação, agregando à venda do impresso a alguma promoção.
O alemão Johannes Gutenberg ficaria feliz em saber que a prensa móvel resultou em uma mídia de comunicação de massa, porém ficaria frustrado em ver que sua invenção virou um comércio de textos pautados conforme a ideologia do veículo.